sábado, 21 de janeiro de 2012

Noturno

Lá fora o frio rasga a noite como um avião a nuvem.
O vento entra pela janela e traz o perfume da dama-da-noite.

Ausente, eu te vejo pura como a a carne da pêra
e o sumo do seu corpo desperta a alvorada.

Já é manhã e os primeiros raios solares
abruptamente me tomam o regaço da soledade noturna.

O teu toque matutino me invade como uma faca
e me derruba qual a força da palavra.

(Valterlei Borges, do livro independente "Castelo de areia", de 2006)

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